ARQUITETO RIKEN YAMAMOTO DO JAPÃO VENCE PRÉMIO PRITZKER 2024
O arquiteto japonês Riken Yamamoto é o vencedor prémio Pritzker 2024. O arquiteto conhecido pelos projetos que valorizam a comunidade e aproximam culturas recebe o mais importante galardão mundial da arquitetura, anunciou hoje a organização. Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura são os arquitetos portugueses que já foram distinguidos com o Pritzker.
O prémio Pritzker 2024 foi o arquiteto japonês Riken Yamamoto, que nasceu em Pequim, na China, em 1945, e mudou-se depois para Yokohama, no Japão.
Segundo a organização do galardão, “Riken Yamamoto desenvolve uma nova linguagem arquitetónica que não se limita a criar espaços para as famílias viverem, mas cria comunidades para as famílias viverem juntas”, afirmou Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, que patrocina o prémio.
O Pritzker, prestigiado galardão internacional, foi criado em 1979 para premiar anualmente um arquiteto vivo por conquistas significativas nesta disciplina, e inclui um valor monetário de 100 mil dólares (cerca de 92.240 euros).
O júri foi presidido pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena, onde constava ainda o diplomata brasileiro André Aranha Lago, o professor de História da Arte Barry Bergdoll, a arquiteta Deborah Berke, o jurista Stephen Breyer, a arquiteta Kazuyo Sejima e o professor e arquiteto Wang Shu.
Em 2023, o Pritzker foi entregue ao arquiteto britânico David Alan Chipperfield, conhecido pelos projetos de renovação de edifícios antigos como o Novo Museu de Berlim, e em 2022, foi distinguido o arquiteto do Burkina Faso Francis Kéré, que se tornou o primeiro africano a conquistar o galardão.
Recorde-se que os arquitetos portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura foram distinguidos com o Pritzker em 1992 e em 2011, respetivamente.
Dos anteriores laureados destacam-se os arquitetos Philip Johnson, o primeiro distinguido, Oscar Niemeyer, Aldo Rossi, Frank Gehry, Rafael Moneo, Norman Foster, Paulo Mendes da Rocha, Zaha Hadid, Jean Nouvel, Yvonne Farrell e Shelley McNamara.
Notas biográficas:
O arquiteto japonês Riken Yamamoto (n. 1945) nasceu em Pequim, na República Popular da China, e mudou-se para Yokohama, no Japão, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Negociando um equilíbrio entre as dimensões pública e privada desde a infância, viveu numa casa que seguia o modelo de uma machiya tradicional japonesa, com a farmácia da sua mãe na frente e a área de habitação nas traseiras. “O limiar de um lado era para a família e do outro para a comunidade. Eu sentava-me no meio”.
Yamamoto sabia pouco sobre o seu pai, que faleceu quando o arquiteto tinha apenas cinco anos de idade. De certa forma, procurou imitar a carreira do pai como engenheiro, mas acabou por traçar o seu próprio caminho na arquitetura. Aos 17 anos, visitou o Templo Kôfuku-ji, em Nara, Japão, originalmente construído em 730 e finalmente reconstruído em 1426, e ficou cativado pelo Pagode de cinco andares que simboliza os cinco elementos budistas: terra, água, fogo, ar e espaço. “Estava muito escuro, mas eu conseguia ver a torre de madeira iluminada pela luz da lua e o que encontrei naquele momento foi a minha primeira experiência com a arquitetura.”
Licenciou-se na Universidade de Nihon, Departamento de Arquitetura, Faculdade de Ciências e Tecnologia, em 1968, e obteve um Mestrado em Arquitetura na Universidade de Artes de Tóquio, Faculdade de Arquitetura, em 1971. Fundou o seu atelier, Riken Yamamoto & Field Shop, em 1973.
Fotografias: DR