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Bordallo Pinheiro assinala 135 anos com peça de Vhils

Bordallo Pinheiro assinala 135 anos com peça de Vhils

Se Bordallo fosse vivo, com quem é que ele quereria trabalhar? Nuno Barra, administrador da Fábrica de Faianças Bordallo Pinheiro não hesita na resposta. “O Vhils de certeza absoluta, não há dúvida.” E acrescenta: “dentro da arte contemporânea, Vhils é um dos artistas com mais projeção e mais transversal.”

 

O “namoro” entre a marca e o artista já durava há dois anos, mas só agora foi possível estabelecer esta parceria. Uma parceria para comemorar os 135 anos de existência da Fábrica de Faianças Bordallo Pinheiro.
Limitada a 135 unidades, que representam os anos de existência da Bordallo Pinheiro, Alexandre Farto, de nome artístico Vhils, desenvolveu uma obra decorativa, que batizou de Quimera, e que representa a terceira peça da coleção World Wide Bordallianos.

Apenas disponível por subscrição, pelo valor de 3.900 euros, a Quimera é um prato de parede que pretende homenagear os colaboradores desta unidade fabril. A peça, que tem 61 centímetros de diâmetro, tem como ideia base a criação de um rosto feminino anónimo. E é aqui que as duas histórias se cruzam. Vhils transporta algo muito próprio para a Bordallo e absorve aquilo que o mestre Bordallo Pinheiro deixou.
A produção desta peça recupera uma técnica secular de sobreposição de vidrados que foi usada nas primeiras peças que a fábrica produziu ao mesmo tempo que se assiste à combinação de processos de gravação de superfície, provocando um característico contraste volumétrico, desenvolvido por Vhils no âmbito do seu projeto profissional.
A Quimera acaba por ter um peso ainda maior de singularidade a partir do momento que é pintada à mão pelos artesãos da Bordallo Pinheiro.

É a pensar nestes artesãos que Vhils desenvolve este prato. A peça simboliza uma homenagem aos trabalhadores da Fábrica Bordallo Pinheiro. Os de ontem, os de hoje e aqueles que poderão vir a fazer parte desta família numerosa. Uma homenagem à sua resiliência e toda a dedicação que os trabalhadores foram entregando à obra que o mestre deixou. Mesmo em tempos de crise, os trabalhadores foram exemplares na luta que travaram para que a fábrica não fechasse portas.
“As cerca de 300 pessoas que aqui trabalham têm muito orgulho na Bordallo, gostam da Bordallo e têm uma ligação com o fundador muito interessante”, argumenta Nuno Barra. “Há uma grande admiração pela obra e a manutenção do know how ao longo do tempo foi o que também permitiu manter as técnicas”, defende o administrador da empresa.

 

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Publicado na DESIGN FOR LIFE #2

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