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ENTREVISTA: JOANA GOMES GARDOSO, COMISSÁRIA-GERAL DE PORTUGAL EXPO 2025 OSAKA

ENTREVISTA: JOANA GOMES GARDOSO, COMISSÁRIA-GERAL DE PORTUGAL EXPO 2025 OSAKA

Joana Gomes Cardoso, Comissária-geral de Portugal na Expo 2025 Osaka, em entrevista à DFL – Design For Life: “A nossa ambição é que este investimento continue e tenha vida para além da Expo Osaka”. Já viveu no Japão, foi jornalista, dirigiu a Amnistia Internacional em Bruxelas e em Lisboa. Tem um percurso assinalável na área da Cultura em Portugal. O Pavilhão de Portugal inspirado nos oceanos e de autoria de Kengo Kuma é um marco na arquitetura. A participação portuguesa liderada pela AICEP tem como tema “Oceano: Diálogo Azul” e conta com mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais. A Antarte também marca presença e dá a conhecer ao mundo a arte da marcenaria portuguesa.

DFL: Sob a liderança da Comissária-geral, Joana Gomes Cardoso, que marca irá Portugal deixar no Japão e aos visitantes da Expo 2025?
JGC: Existe um trabalho de fundo com a AICEP, em primeiro lugar, e com parceiros como o Turismo de Portugal e as entidades que vão estar presente, que é o ingrediente fundamental para a nossa presença ser consistente e deixar frutos. O nosso objetivo é que o público da Expo, maioritariamente japonês, conheça melhor Portugal, descubra as nossas afinidades e o nosso papel determinante nas políticas marítimas. Ou seja, que nos associem ao mar, numa perspetiva de futuro, e que tenham vontade de investir, visitar e estudar em Portugal.

DFL: Pode partilhar qual foi o seu maior desafio, até ao momento, nesta caminhada de levar “Portugal e o tema da economia dos oceanos” ao outro lado do mundo… a Osaka.
JGC: O maior desafio tem sido a gestão de todo o interesse que esta Expo tem gerado e conseguir que todas as entidades que manifestaram interesse consigam estar presentes. Estamos com uma programação temporária com um ritmo muito intenso, com mudanças a cada dois, três dias, o que traz desafios logísticos importantes. Mas é um bom desafio.

DFL: A sua vivência e experiência de morar no Japão ajudou certamente…
JGC: Creio que sim, sempre tive muito presente as afinidades entre os dois países, apesar da distância geográfica, e sem acreditei que o nosso projeto seria muito acarinhado pelo público japonês, como julgo estar a acontecer, com mais de 30 mil visitantes apenas nos três primeiros dias.

DFL: A programação de Portugal representa setores tão diversos como a economia, a ciência, o ambiente ou a educação, as áreas cultural e artística com exposições, concertos e workshops ao longo dos 184 dias da Expo, como foi o processo de selecionar parceria com entidades tão diversas?
JGC: Foi um trabalho de equipa. Várias direções da AICEP acionaram os seus contactos e eu fiz a ponte com outros, para que a nossa presença fosse a mais abrangente possível. Tentámos incluir todas as entidades que manifestaram interesse em estar e desafiamos algumas que nunca tinham antes participado. Creio que conseguimos porque vamos efetivamente ter uma presença muito rica e variada quer do ponto de vista sectorial, como em termos da representação geográfica do país.

DFL: Que impressão lhe transmitiram os primeiros visitantes, na fase de testes, do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka?
JDC: Muito positiva. Temos uma excelente localização, perto da entrada principal e do Pavilhão do Japão. As pessoas vêm ter naturalmente ao nosso Pavilhão e quando se depararam com ele ficam muito curiosas, tiram fotografias e pedem para visitar. Várias tocam nas cordas e dizem “fune” (barco) em japonês. É muito intuitivo. As que visitaram ficaram surpreendidas ao descobrir, por exemplo, que palavras do seu quotidiano (pão, copo, botão) são portuguesas e ficam muito entusiasmadas com o restaurante que tem tido filas muito grandes.

DFL: Uma pergunta básica e simples… que expectativas reserva para a Expo 2025?
JGC: As expectativas são ambiciosas – por exemplo chegar a 1.2 milhões de visitantes – mas não é o único indicador importante. A nossa ambição é que este investimento continue e tenha vida para além da Expo Osaka, que seja um marco nas relações entre Portugal e o Japão, reforçando-as, e temos indicadores já identificados para comparar e verificar mais tarde se há um “antes” e um “depois” da nossa participação nesta Expo. Acredito que sim.

DFL: Na sua visão pessoal, o que mais aprecia no Pavilhão de Portugal?
JGC: Gosto muito da sua estética, muito leve, que permite que os elementos – o vento, a luz – criem movimento e interação. Ele intriga e suscita curiosidade e transmite as mensagens que queremos passar, de um país marítimo, com afinidades com o Japão, preocupado com o futuro do planeta que passa inevitavelmente pelo oceano.

Joana Gomes Cardoso

Joana Gomes Cardoso e Kengo Kuma

Mário Rocha CEO da Antarte

Fotografias: DR

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